Sobre a Rama

A RAMA (Rede Afetiva de Mães Artistas) nasce do encontro de duas mães, Amandine Goisbault e Bruna Pedrosa, e dos diversos desdobramentos desse encontro. Primeiro uma amizade entre duas mulheres, antes de se tornarem mães. Depois o compartilhar de seus percursos gestacionais em paralelo, frequentando a mesma roda, parindo seus filhos com a mesma parteira. Cada uma começou a tratar do tema da maternidade em seus trabalhos artísticos individuais e, em 2018, se reencontraram durante a residência artística do projeto Confluências, promovido pelo Sesc Pernambuco. O resultado desse encontro, em 2019, foi a produção conjunta de três obras: Mapa Afetivo da Maternidade (obra têxtil), Colo (performance) e Lembretes Urgentes (obra têxtil), essa última em parceria também com a artista Ana Flávia Mendonça. A partir daí, Amandine e Bruna seguiram desenvolvendo trabalhos juntas, promovendo oficinas de mapas afetivos, sejam de temas abertos, sejam focadas nas parentalidades possíveis e, em 2020, em meio à pandemia, ao isolamento social advindo dela e à percepção da necessidade cada vez maior de falar desse universo das mães-artistas/artistas-mães, elas transformaram o tema em um projeto de pesquisa para alcançar outras mães, começando por Recife e Região Metropolitana, ampliando para Pernambuco e com um desejo imenso de seguir expandindo.

A pesquisa RAMA começa em fevereiro de 2021, com a aprovação do projeto cultural “Artes e Maternidades” no edital Formação e Pesquisa – LAB PE, com recursos da Lei Federal 14.017/2020 (Lei Aldir Blanc), possibilitando o mapeamento estético-afetivo de cinco mães-artistas em Pernambuco e suas produções e processos criativos. A partir de entrevistas, as pesquisadoras coletaram relatos de experiência de Clara Moreira (Recife), Clara Nogueira (Olinda), Kalor (Camaragibe), Letícia Carvalho (Jaboatão dos Guararapes) e Rayana Rayo (Olinda), investigando os atravessamentos dessas duas condições — de mãe e de artista —, com o agravante do contexto atual em que vivemos.

Em um cenário ainda muito machista, racista e desigual, o universo das artes ainda é de mais difícil acesso para as mulheres, em especial no lugar da criação e expressão artística, mais ainda se mães, pretas, indígenas, periféricas, LGBTQIAPN+. O objetivo é apoiar e tornar mais visível o trabalho das mães-artistas; fomentar reflexões sobre o tema da maternidade e assuntos por ele atravessados; gerar encontros, trocas, ações de arte-educação, além de ser um espaço de escuta. A RAMA é um projeto de mães, sobre mães, para mães, e para todes que acreditam que diferentes maternidades podem e devem ser experiências de potência, criação e amor.

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